domingo, 9 de dezembro de 2012

DESPEDIDA DOS AMIGOS QUE CUMPRIRAM SUA JORNADA DE 2 ANOS NA AMAZÔNIA


Nas últimas duas semanas, tivemos momentos que alternaram alegria e tristeza. Alegria por voltar para casa e tristeza pela despedida. Chegou o momento em que puderam falar: "Missão cumprida!". 
Muitos amigos que trabalharam conosco foram para outras localidades de nosso país. Cumpriram sua etapa na selva e deixaram um vazio e muitas lembranças aqui.
É bem verdade que nesse momento "passa um filme", fazemos uma retrospectiva, vemos nossas esposas e filhos que criaram aqui, laços de amizade e identificação pelo cotidiano comum e devido à intensidade da ocasião. Esses vivem nossa realidade intensamente, tornando-se, junto conosco, defensores da amazônia e até vivenciando a adaptação e vida na selva.







Até as crianças, que pouco entendem da vida, vão se despedir dos amigos.


Valeu!
Aqui, os companheiros músicos que se reuniram para prestar sua homenagem aos que se despedem da selva. 

Bem amigos, foram dias de trabalho árduo, rotina, operações diversas, apoio à sociedade em situações de calamidade, segurança de eleições e Ações cívico-sociais. Valeu a pena!
Me lembro agora de Shakespeare e faço uma relação com a nossa defesa da amazônia.
Isso tudo que passamos juntos, essas histórias e ações, foram vividas por nós e por nossas famílias. E, cada um de nós deverá passá-las aos nossos filhos, para que até o fim dos tempos, nossas recordações sirvam de exemplo.
Saudações camaradas. Aqueles que sangraram juntos serão chamados de irmãos. 
Essa jornada enobrece nossa condição e aqueles que já passaram por aqui devem se orgulhar disso.
SELVA!

*Fico devendo o vídeo da homenagem dos companheiros músicos devido à velocidade da internet..



domingo, 25 de novembro de 2012

ESTA POSTAGEM RETIRADA DO SITE DA UFJF NOS FAZ REFLETIR SOBRE A IMPORTÂNCIA E O RECONHECIMENTO DE FEITOS SILENTES DAS FORÇAS ARMADAS FONTE: www.ufjf.br/amazonia/2009/06/03/exercito-na-amazonia/


Drauzio Varella: o Exército na Amazônia

Data: 3 de junho de 2009
Por Natália Campos

Esse é um depoimento do Dr. Drauzio Varella, que assim como nós da comitiva Formadores de Opinião, esteve na Amazônia, presenciou uma formatura do Pelotão Especial de Fronteira que faz parte de São Gabriel da Cachoeira (AM), e sentiu na pele exatamente o que sentimos.
É uma experiência única que todos brasileiros deveriam vivenciar. Conhecer uma cultura totalmente diferente dentro do nosso próprio país. É impressionante ver o Exército no cantão do Brasil, onde praticamente não há civilização. E eles estão lá, com o objetivo do qual todos nós brasileiros devemos nos orgulhar, proteger o nosso maior tesouro, a Amazônia. A emoção de ver um índio fazendo parte da guarnição militar, cantando o Hino Nacional, é indescritível. A Amazônia é nossa!! SELVA!!

“A FORÇA DOS MILITARES NA AMAZÔNIA
Uma visão isenta da ação dos militares na Amazônia.”

Por DRAUZIO VARELLA

“Perfilados, os soldados aguardaram em posição de sentido, sob o sol do meio-dia. Eram homens de estatura mediana, pele bronzeada, olhos amendoados, maçãs do rosto salientes e cabelo espetado. O observador desavisado que lhes analisasse os traços julgaria estar na Ásia.

No microfone, a palavra de ordem do capitão: ‘Soldado Souza, etnia tucano’.
Um rapaz da primeira fila deu um passo adiante, resoluto, com o fuzil no ombro, e iniciou a oração do guerreiro da selva, no idioma natal. No fim, o grito de guerra dos pelotões da fronteira: “SELVA !!!”

O segundo a repetir o texto foi um soldado da etnia desana, seguido de um baniua, um curipaco, um cubeu, um ianomâmi, um tariano e um hupda. Todos repetiram o ritual do passo à frente e da oração nas línguas de seus povos; em comum, apenas o grito final: “SELVA !!!”

Depois, o pelotão inteiro cantou o hino nacional em português, a plenos pulmões. Ouvir aquela diversidade de indígenas, característica das 22 etnias que habitam o extremo noroeste da Amazônia brasileira há 2.000 anos, cantando nosso hino no meio da floresta, trouxe à flor da pele sentimentos de brasilidade que eu julgava esquecidos.

Para chegar à Cabeça do Cachorro é preciso ir a Manaus, viajar 1.146 quilômetros Rio Negro acima, até avistar São Gabriel da Cachoeira, a maior cidade indígena do país. De lá, até as fronteiras com a Colômbia e a Venezuela, pelos rios Uaupés, Tiquié, Içana, Cauaburi e uma infinidade de rios menores, só Deus sabe.

A duração da viagem depende das chuvas, das corredeiras e da época do ano, porque na bacia do Rio Negro o nível das águas pode subir mais de dez metros entre a vazante e o pico da cheia.

É um Brasil perdido no meio das florestas mais preservadas da Amazônia. Não fosse a presença militar, seria uma região entregue à própria sorte. Ou, pior, à sorte alheia. O comando dos Pelotões de Fronteira está sediado em São Gabriel. De lá partem as provisões e o apoio logístico para as unidades construídas à beira dos principais rios fronteiriços: Pari-Cachoeira, Iauaretê, Querari, Tunuí-Cachoeira, São Joaquim, Maturacá e Cucuí.

Anteriormente formado por militares de outros Estados, os pelotões hoje recrutam soldados nas comunidades das redondezas. Essa opção foi feita por razões profissionais: ‘O soldado do Sul pode ser mais preparado intelectualmente, mas na selva ninguém se iguala ao indígena’.

Na entrada dos quartéis, uma placa dá idéia do esforço para construí-los naquele ermo: ‘Da primeira tábua ao último prego, todo material empregado nessas instalações foi transportado nas asas da FAB’. Os pelotões atraíram as populações indígenas de cada rio à beira do qual foram instalados: por causa da escola para as crianças e porque em suas imediações circula o bem mais raro da região-salário.

Para os militares e suas famílias, os indígenas conseguem vender algum artesanato, trocar farinha e frutas por gêneros de primeira necessidade, produtos de higiene e peças de vestuário. No quartel existe possibilidade de acesso à assistência médica, ao dentista, à internet e aos aviões da FAB, em caso de acidente ou doença grave.

Cada pelotão é chefiado por um tenente com menos de 30 anos, obrigado a exercer o papel de comandante militar, prefeito, juiz de paz, delegado, gestor de assistência médico-odontológica, administrador do programa de inclusão digital e o que mais for necessário assumir nas comunidades das imediações, esquecidas pelas autoridades federais, estaduais e municipais. Tais serviços, de responsabilidade de ministérios e secretarias locais, são prestados pelas Forças Armadas sem qualquer dotação orçamentária suplementar.

Os quartéis são de um despojamento espartano. As dificuldades de abastecimento, os atrasos dos vôos causados por adversidades climáticas e avarias técnicas e o orçamento minguado das Forças Armadas tornam o dia-a-dia dos que vivem em pleno isolamento um ato de resistência permanente. Esses militares anônimos, mal pagos, são os únicos responsáveis pela defesa dos limites de uma região conturbada pela proximidade das Farc e pelas rotas do narcotráfico. Não estivessem lá, quem estaria?

“SELVA !!!’”
Abaixo, a canção do soldado da Amazônia.
AUTOR: CEL INF OSWALDO DO PASSO MATOSO MAIA
NOSSA ORIGEM SE PRENDE ÀS GLÓRIAS
DA BRAVURA SEM PAR DAS BANDEIRAS,
POIS DE PEDRO TEIXEIRA AS VITÓRIAS
DEMARCARAM AS NOSSAS FRONTEIRAS
ESTES FEITOS HERÓICOS DA HISTÓRIA
E O POVO ANCESTRAL DENODADO
ESTÃO SEMPRE PRESENTES À MEMÓRIA
NAS AÇÕES DE SEU FORTE SOLDADO
VAMOS, COMPANHEIROS AVANTE
COM DESASSOMBRO TOTAL
PARA VERMOS, TRIUNFANTES
NA PÁTRIA O NOSSO IDEAL
VALOROSOS VIGIAS TENAZES,
DE PRESENÇA ALTIVA E VALOR
SENTINELAS DA SELVA AUDAZES,
AO BRASIL DEDICAMOS AMOR
DESTEMIDOS E BRAVOS SOLDADOS
ESTA TERRA JURAMOS GUARDAR
E CUMPRIR OS DEVERES SAGRADOS
DA GLORIOSA MISSÃO MILITAR
VAMOS, COMPANHEIROS AVANTE
COM DESASSOMBRO TOTAL
PARA VERMOS, TRIUNFANTES
NA PÁTRIA O NOSSO IDEAL
SELVA!

sábado, 30 de junho de 2012

MISSÃO NO RIO SOLIMÕES - Parte do Rio Amazonas.

Aqui o Exército Brasileiro é o braço do Estado que realiza ações de proteção e cívico-sociais em diversos locais do território, fator que o constitui em ferramenta imprescindível para que o povo receba apoio e exerça a cidadania em uma região muito distante de grandes centros. Esse trabalho  contínuo faz com que o cidadão sinta-se importante e saiba que faz parte do nosso Brasil.


Na amazônia toda missão é real. As características locais implicam em seriedade e profissionalismo no cumprimento das missões. É por isso que temos o
 MELHOR COMBATENTE DE SELVA DO MUNDO

 Preparação e espera para a partida.

 Definitivamente, passar pela amazônia e não flutuar por suas águas me parece inconcebível.
Daqui sai 1/5 de TODO o fluxo pluvial do mundo.

 O CORAÇÃO NA MISSÃO.

 Rastreando a margem por três dias.

 O deslocamento.

 Casa flutuante.

 Aqui, devido ao período de cheia, as casas ficam no meio da água.

 Só estando aqui pra entender a diferença de características das regiões brasileiras.

 Sem palavras. Aqui eu me lembro do diálogo no fim do "Falcão Negro em Perigo"

"Se algum dia quando voltar pra casa me perguntarem porque fazemos isso, eu não terei palavras para explicar. Sabe por quê? Porque não vão entender. Nós fazemos isso pelo nosso ideal, pelo nosso companheiro. É por isso que estamos aqui."


Pelo Brasil,
SELVA!



Continuando com as características da região:


Para não perder o porco, o criador suspendeu a criação.

 O improviso do ribeirinho que é obrigado a suspender a casa, sua plantação e a criação de animais.

 Garotos de uma vila que beira o Rio Solimões

Quando o Exército passa as pessoas cumprimentam e são muito amistosas.

 Ao fundo, a plantação suspensa com a tela verde por cima . 


 O barco utilizado como base para as voadeiras

 Mais uma vez, sem palavras.
A chuva no lado esquerdo se aproximando.

 O pôr do sol.
Como se diz por aqui, ele marca apenas o início de mais uma jornada. 

Paisagem muito bela.

Ao longo do rio vemos diversas vilas e comunidades ribeirinhas e indígenas.
 Aqui abaixo, uma escada bastante rudimentar que dá acesso a uma comunidade indígena.
As canoas chamam atenção e no meio da rachadura do barranco se observa a escada.


Subida para uma vila de ribeirinhos


Prosseguindo na missão.
 SELVA!

 O rio já está baixando - observe a marca na árvore

O transporte por aqui é via fluvial.
Essa embarcação da esquerda faz as vezes da Van lá do Rio de Janeiro.
Um tipo de van fluvial.

 Aqui um barco com madeira sendo transportada.

 Transporte de Carga

Comunidade alagada.
Aqui próximo, a sonda marcou uma profundidade de 69 metros.

  É impressionante a dimensão do rio. A distância entre as margens é enorme e assusta.

A área coberta por água no rio Amazonas e seus afluentes mais do que triplica durante as cheias. Em média, na estação seca, 110 000 km² estão submersos, enquanto que na estação das chuvas essa área chega a ser de 350 000 km². No seu ponto mais largo atinge na época seca 11 km de largura, que se transformam em 50 km durante as chuvas.

Curtindo a paisagem

O reflexo do céu nas águas.
Foto tirada do meio do rio.